Fórum da Cunicultura Brasileira

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Gerencia de Produção, Industrialização e Comercialização

 
       
       

Participante:

  Sidnei Nobre da Silva  

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  Estou me preparando para aposentadoria e tenho uma idéia que venho estudando há bastante tempo. Penso em organizar uma Associação de pequenos proprietários rurais, com condições financeiras suficientes para investir na criação de coelhos. Penso em organizar a produção de carne em cortes embalados e congelados para supermercados e a pele para confecção de colchas e almofadas tingidas ou ao natural (com aproveitamento das patas e cauda para chaveiros com venda nas lojas tipo R$1,99). Este processo envolve parcerias para o abate, curtição, produção artesanal e distribuição, como estou na fase de estudos de viabilidade, muito me interessa a participação neste fórum.  
       

Participante:

  Cláudio Duarte  

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  Ok, Sidnei sua idéia é muito boa e esta atividade (cunicultura), como qualquer outra, depende de organização. Sabemos que a cadeia produtiva de um produto, se estabelece naturalmente, há quem produza e quem compre e neste meio estão os outros agentes, o sucesso disso depende da organização. O coelho pode produzir mais de 15 subprodutos, dentre eles estão as patas, a pele, mas também existem: a urina, o sangue, o cérebro, o pelo, e muitos outros. A produção destes itens depende muito do mercado consumidor, a logística, o preço de produção, e outros fatores, concorda?

   O ditado diz: "uma andorinha só, não faz verão", isso se aplica à cunicultura. O sucesso alcançado por muitos deveu-se a capacidade financeira do empreendedor e muito, muito mais gente, naufragou exatamente por não ter este suporte financeiro. Qualquer negócio requer um prazo mínimo de carência e é aí que muitos se dão mal. A grande saída é união em forma de "cooperativismo" ou "associativismo", sendo que a segunda opção, a meu ver, é a mais acertada.

   Nós vivemos um momento interessante na humanidade, hoje existe um certo medo sobre o futuro e há quem diga que a fome será um grande adversário do homem. Isto não é difícil de se imaginar, pois destruímos a uma velocidade superior a que podemos construir, pensando assim poderemos visualizar num futuro não muito distante, que alguns países sofrerão por não ter condições físicas de produzirem o necessário para si mesmos, recorrendo indubitavelmente a outros.

   Em 1° de janeiro de 2008, a União Européia terá um grande problema a ser resolvido, o subsídio que beneficia os produtores de ração chegará ao fim e isso representa aproximadamente 30% do custo. É este momento que precisamos aproveitar, produzindo o que eles mais gostam: carne de coelho, o velho continente come coelho desde os romanos em suas vitórias históricas, são os maiores consumidores deste produto e como não poderiam deixar, são também, os maiores importadores. Nós poderíamos atender esta demanda, pois não nos faltam: terra, clima, mão-de-obra e tudo mais, sem falar no mercado interno, o que nos falta realmente é "organização profissional" e isto pode ser construído, sem dúvida alguma, mas exige uma grande dose de organização e profissionalismo. Só alcançaremos êxito quando nos dispusermos a contribuir para um bem maior, foi com esta intenção que criei este "Portal", nele poderemos não só discutir este tipo de assunto, mas também agirmos.

 
       

Participante:

  Elídia Zotelli  

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Olá, adorei o tópico, quero aprender muito sobre cunicultura. Bem já está claro que mercado para cunicultura interno e externo existe, o que falta são produtores para ajudar a melhorias do sistema de produção, para maximizar a produção de carne. Moro em SP CAPITAL, e no Carrefour este ano já se começou a ser vendido carne de coelho, e bem tenho amigos na rede Pão de Açúcar e eles também tem interesse em ingressar nesse mercado, além do mercado interno como o Cláudio disse.Também acho interessante  focar estudos científicos para nutrição animal de cada categoria, láparos por exemplo: coelhas prenhas, entre outros. Sempre maximizando.

 
       

Participante:

  Renato Ruivo  

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as cooperativas ajudam a começar???

 
       

Participante:

  Cláudio Duarte  

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Renato, a resposta é sim, ajudam a começar, mas como disse acima: entre cooperativismo e associativismo, a segunda opção, a meu ver, é mais aconselhável. Vejamos: o associativismo é a composição de agentes que possuem suas atividades, com todos os ônus e bônus decorrentes dela, assim é sua exclusiva responsabilidade e autoridade para decidir, ao passo que no cooperativismo, o todo é de todos, ou seja, todos tem sua quota de responsabilidade mas todos respondem solidariamente, inclusive com seus bens, até o limite inscrito na cooperativa. Por tanto, todos ficam sujeitos aos acertos da diretoria, mas todos, também, ficarão sujeitos aos desacertos da diretoria. Por isso é que entendo que para um negócio desses dar certo é necessária uma grande doze de profissionalismo e cooperação de todos.

   Grandes cooperativas iniciaram pequenas e hoje dominam suas áreas de atuação, a estas: "SUCESSO".

 
       

Participante:

  Renato Ruivo  

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  Olá alguém sabe me responder se o SEBRAE pode ajudar a começar? por favor me deêm dicas de como começar seguramente.  
       

Participante:

  Cláudio Duarte  

Mensagem:

 

Renato, quanto a sua pergunta, podemos dizer que o SEBRAE pode ajudar, aliás, já tem feito isso nos estados em que há demanda. Procure uma unidade mais próxima e peça ajuda. Veja no SEBRAE de Minas Gerais, eles elaboraram um trabalho para os cunicultores daquele estado.

 
       

Participante:

  Renato Ruivo  

Mensagem:

 

Olá estou muito triste com a dificuldade que estou encontrando quanto ao escoamento de minha futura produção ou seja, não estou conseguindo um abatedouro que pague bem aos coelhos vivos que compense os gastos, sei que na vida nada é gratuito mais não posso começar com firmeza, sem ao menos ter para quem vender, estou empolgado, com capital, gosto muito do ramo, estudo todas as possibilidades mais está difícil, gostaria de uma ajuda amigos, sou de Bragança Paulista-SP. Obrigado

 
       

Participante:

  Cláudio Duarte  

Mensagem:

 

Renato, São Paulo, depois do sul do país é o maior mercado, onde existe o maior número de abatedouros, o Coelho Real será o primeiro a exportar para o Mercado Comum Europeu. O que seria preço justo? Lembre-se que produção nunca terá a mesma lucratividade de outras atividades econômicas. Refaça seus cálculos lembrando sempre que para obter maior lucro você terá que melhorar a produção e baixar seus custos, para isso existe tecnologia. Fale-nos mais detalhadamente sobre números: que custo de produção você chegou? Que preço conseguiu no produto? Você considerou os subprodutos? Quais subprodutos você produzirá?

 
       

Participante:

  Thiago Patrick  

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Lendo o fórum de debates surgiu-me dúvidas quanto adquirir raças puras para melhores resultados não somente no corte como também na qualidades da carne, onde você me pode me indicar a comprar casais de altíssima qualidade com procedência etc;  e também na alimentação verde, você fala que o associativismo é o melhor caminho para organizações e bom sucesso nos negócios hoje Brasília é o melhor foco para cunicultores para exposições, assembléias, cursos e tudo mais, sou de Itu-SP, e além do Coelho Real qual um outro frigorífico especializados para coelhos? Qual também cliente alvo para o subproduto como a urina? Cláudio você com anos no ramo, ouviu falar da Granja Selecta Itu-SP?

 
       

Participante:

  Cláudio Duarte  

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Olá Patrick, vamos à suas respostas: o melhoramento genético é o caminho para qualquer atividade agropecuária, pois manipulando animais geneticamente adequados temos condições de especializar a característica que desejamos, senão vejamos, o Chester, animal bastante conhecido nas mesa de final de ano é nada mais, nada menos que o melhoramento genético de determinadas raças que através de diversos cruzamentos acentuou o peito alongado, tornando-se este meio frango, meio peru, desta maneira a genética tem ajudado infinitamente a atividade agropecuária, no mundo inteiro, concorda? Hoje no Brasil, que eu conheça, o melhor material genético de coelhos está no Rio Grande do Sul e isso é facilmente comprovado acompanhando a EXPOINTER que este ano realizou-se de 29/08 a 06/09, os criadores, estimulados por concursos realizados na exposição, tem se dedicado à melhoria genética de seus plantéis, se você quiser posso passar o contato de alguns deles, os preços variam entre R$ 80,00 a R$ 200,00 fora o custo do envio, que são: Guia de Transporte de Animal - GTA, atestado veterinário e o custo do transporte, que geralmente é aéreo. Quanto à alimentação, podemos dizer que existe uma tendência mundial que caminha para o "orgânico", a meu ver é o caminho certo, pois não agüentamos mais sermos envenenados em dozes homeopáticas, pois bem, para que se produza coelho orgânico é necessário todo um procedimento de exclusão de medicamento preventivos, o não uso de defensivos na produção da ração, etc, etc, etc, eu ainda não ví, até o momento, nenhum cunicultor orgânico, mas deve existir! Em relação a questão da escolha do associativismo, posso dizer que é uma forma de ajuda mútua dentro da responsabilidade de cada associado, isto é bom porque compromete o associado até o limite de sua responsabilidade ao passo que no cooperativismo existe uma responsabilidade maior dos cooperados, se não houver eficiência e responsabilidade da diretoria, a cooperativo pode ser uma dor de cabeça, concorda? Brasília, em termos de cunicultura é o que podemos dizer: "um caso recorrente", já houveram grandes iniciativas, mas todas foram pessoais e acabaram durando pouco tempo. Penso que o mercado é um ser vivo e impõem suas leis, a cadeia produtiva é um grande exemplo do que estou falando, cada elo é responsável por sua atividade, há aqueles que fornecem insumos, etc, quem fabrica ração melhor que uma fábrica de rações? Isso acontece porque ele se especializa nesta atividade, e com isto consegue baixar custo e melhorar a qualidade, da mesma forma o cunicultor quando se detém apenas em produzir seus animais, também especializa-se baixando custos e melhorando a qualidade de seu produto. Desta forma, os elos se unem e atuando conjuntamente realizam o fluxo da cadeia. Se um único agente se propor a fazer todas as tarefas necessárias ao processo produtivo, ou ele é uma grande empresa ou está fadado ao insucesso. Bem voltando ao assunto de Brasília, hoje temos alguns cunicultores atuando ainda de forma isolada, e para isso estamos trabalhando na formação de um grupo que interaja para a realização do bem comum. Ainda não temos a qualidade que deveríamos ter, mas a Associação dos Cunicultores de Brasília - ACB, a qual sou presidente, tem a intenção de definitivamente estabelecer esta atividade no DF, para isso temos nos esforçado com a realização de palestras, cursos e intercâmbio com outros cunicultores do país. E finalmente, digo com uma certa tristeza, conheci a SELECTA de Itú, uma gigantesca granja que não conseguia efetivamente conhecer o tamanho de seu plantel, haja visto o volume de produção e a quantidade de parições por dia, infelizmente, esta grande empresa não existe.

 
       

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